Crescer e Aumentar o Amor

          É impossível viver a vida conjugal sem amor. Mas não é qualquer tipo de amor que satisfaz. O amor limitado não garante a permanência dos cônjuges na "doença, na tristeza e na pobreza" porque é fraco, humano, e, portanto, incapaz de suportar os muitos problemas pelos quais passam os casais nos dias de hoje.

          Para viver a vida conjugal é necessário um amor especial - o amor de Deus. Paulo orou ao Senhor para que o amor dos irmãos da igreja em Tessalônica pudesse crescer e aumentar (1 Ts 4:9-10). Ele sabia que a vida da igreja não podia ser vivida de forma orgânica e agradável, sem que estivessem, primeiramente, constituídos do amor divino. A vida familiar, que inclui a vida conjugal, é um pequeno quadro da vida da igreja. Nela há necessidade de que o amor seja também cultivado. Para que a vida familiar possa ser conduzida em amor, é mister que os cônjuges estejam bem com o Senhor o que, naturalmente, contribuirá para que eles estejam bem um com o outro.

          Em 1 Tessalonicenses 3 é descrito que Paulo ora para que o amor dos irmãos cresça e aumente; no capítulo quatro, vemos a prática do amor; e no cinco ele mostra o que fazer para o amor crescer e aumentar de modo que a vida conjugal torne-se um ambiente possível de convivência.

          No capítulo dezenove de Mateus, os casais estão dando carta de divórcio por qualquer motivo, por banalidades porque não se apropriaram do amor que o Senhor revelou no capítulo dezoito. Eles achavam que viver a vida conjugal baseados no amor humano, que é capaz de perdoar, quando muito, sete vezes, fosse suficiente. Como já falamos, para se viver a vida conjugal, de um jeito que o casal não venha a se separar, o amor divino - o único tipo de amor que pode perdoar setenta vezes sete - é mais que necessário, é urgente.

          Assim é o amor d Deus: "O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça. mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba" (1 Co 3:4-8).

          Orar é o primeiro quesito importante na vida de um casal. Cuidado! Ao orar não pense que o foco dos problemas esteja em seu cônjuge. Inicialmente ore para que o Senhor transforme, em primeiro lugar, você. Vá adiante do Senhor para receber luz. Não se preocupe tanto com as deficiêcias de seu cônjuge; simplesmente coloque a mão em seu próprio peito; se ela ficar branca, indicando que seu coração tem "lepra", não se turbe; o Senhor pode curar seu coração de toda mágoa, ira, ciúmes, egoísmo e de tudo que possa estar prejudicando seu casamento (Êx 3).

          Quando você se abre ao Senhor pela oração, o amor ilimitado de Deus começa a expandir os limites do amor humano, e o resultado dessa expansão é você dar graças ao Senhor pelo cônjuge que Ele lhe deu. Quando nos exercitamos na piedade, isto é, valorizamos as profecias (a Palavra de Deus) e a comunhão com o Senhor em nosso espírito mesclado (1 Co 6:17), nçao permitindo que este venha a se apagar, desanimar ou mesmo esfriar-se, o amor de Deus crescerá e aumentará em nós.

          Nesse ponto, trocaremos o mal pelo bem, as reclamações por orações e a tristeza por regozijo. Haverá sempre um efeito positivo quando experimentamos o Senhor!

SUGESTÕES QUE AJUDAM

          Se fizermos uma retrospectiva para refletir acerca de nosso casamento, concluiremos que ele é o resultado do arranjo de Deus. Pois como é possível estarmos juntos mesmo vindo de famílias e lugares tão diferentes? Certamente foi Deus quem providenciou a união de pessoas tão diferentes, mas que misteriosamente se completam. Foi Deus quem  criou as circunstâncias para que pudéssemos estar frente a frente um do outro; Ele, também, aqueceu nosso coração para que fôssemos atraídos tanto física como emocionalmente um pelo outro. Daí termos decidido compartilhar nossa vida.

          Mesmo com todo esse pano de fundo, cresce mundialmente, cada dia, a taxa de divórcio. Muitos casais estão mergulhados em crises. Os antigos aliados se tornaram inimigos íntimos. A graça e a satisfação de estar juntos deram espaço ao peso e à insatisfação. A certeza se transformou em dúvida.

          O que podemos fazer para nos manter casados e felizes de modo que, quando as dificuldades surgirem, consigamos superá-las? Para isso apresentaremos três sugestões:

          A primeira é: clame por socorro a Deus. Deus é o criador e o mantenedor do casamento.Não existe casamento maravilhoso sem Deus. Se Deus não nos visitar na "viração do dia" (Gn 3:8), nosso casamento cedo ou tarde perderá o prazer e tornar-se-á árido e sem vida. Precisamos admitir que temo características irritantes, máculas e defeitos mil. Precisamos de Deus para dilatar o afeto de nosso coração, a fim de podermos perdoar nosso cônjuge setenta vezes sete (Mt 18:21-22). Errar é próprio do ser humano, perdoar tantas vezes quantas forem necessárias é divino.

          A segunda sugestão é fazer manutenção constante. O conceito de muitos casais é que não há nada mais a fazer depois que se casam; acham que o casamento se ajusta por si mesmo. Geralmente os casais ficam tão envolvidos com o viver cotidiano: trabalho, tarefas, obrigações filhos e atividades que acabam esquecendo que seu casamento precisa de cuidado. Dar manutenção ao casamento é como levar um carro à oficina para fazer os reparos necessários; é como um jardineiro visitar para retirar a erva daninha. Uma boa maneira de fazer manutenção no casamento é fazer pequenas pausas reflexivas na presença do Senhor: "Senhor, como está meu casamento: ele está sendo útil a Ti, onde estou errando, em que preciso melhorar, estou cooperando para que meu casamento cresça, não estou muito critíco?".

          A terceira sugestão é viver no espírito. Todo ser humano é composto de três partes: corpo, alma e espírito. A alma é a sede de sua mente, emoção e vontade. Geralmente usamos a mente para criar pensamentos, argumentar, defender-nos e acusar os outros; usamo-la para irar-nos e odiá-lo. O resultado de uma mente e uma emoção assim é a abertura dada para que a vontade se decida pela separação. Portanto, nossa mente, emoção e vontade, que são as faculdades da alma, precisam ser negadas, postas de lado. Precisamos decidir viver no espírito, onde há vida e paz, e negar a nós mesmos. Tocar e experimentar o Senhor Jesus que está em nosso espírito é uma necessidade urgente.

          Aplique-as em seu viver conjugal e desfrute de todos os seus resultados.